28 de abril de 2008

Paiaçada

Foto de Adriana Mattoso, a quinta.
Um grupo festivo de mulheres-meninas.

Que dançam no chão liso de cimento queimado, enchem de música e vapores a varanda que dá para o mar inteiro e para a mata – comidinhas naturais e temperadas.
A pia está assim em permanente movimento e rotatividade: sashimi de peixe fresco todos os dias enquanto circulam entre nós taças de vinhos vermelho-trasnparentes de excelente sabor.
Tem alongamento de manhã, que uma mulher não é nada sem alongar até o último fio de cabelo e se o faz é mais feliz.
Faz-se tudo junto nestes dias, com a hospitalidade e a coragem da Dona da Casa – entendi que seu corpo canta a vivência caiçara e que ela, generosa, compartilha com a criança e com as amigas.
De modo que há de se nadar mil metros, descer ribanceira escorregando-segurando só para ter a visão desta praia selvagem, mata e mar, brava. As cachorras nos circundam, correm entre nossas pernas e a menina a todos imita saltitante. Ela também corre um kilômetro na praia sem descanso, pula de pedra alta em mar fundo transparente porque para trás ela não fica, vaidosa.
De noite, estalo nas línguas, leves e felizes, gargalhantes borbulhantes, os livros, as fotos, as danças. Os jogos de mulher, criança dorme e o mar se faz escutar permanentemente no escuro da noite. Tudo lindo e suspiro.

Coreira chama outra


Coreira prá dançar

Creio ser o momento simbólico do giro da saia o dar-se conta da efemeridade do tempo. Como diante de uma grande montanha a de nossa insignificância súbita. O giro é o tempo que venta que passa que se renova e não volta. Pulo e agarro a saia da menina no ar, pensando assim parar este vento que a faz crescer todo dia. O vento da janela me faz correr para casa para vê-la crescer, me faz cultivar finais de semana mirabolantes e cheios de magia e aventura de quintal, me faz refletir sobre a nossa existência que em um giro faz tudo mudar. Venta o bolo de chocolate esfriando na janela e num piscar, venta a nossa dança na sala. A vida de uma mulher sem saia vale muito pouco. Com ela, avançamos mais no espaço ao redor do nosso eixo central. Vento bom para lá e para cá, em todo lugar.
Guarnece, guarnece, agora eu quero ver... Foto do Estebe.


9 de abril de 2008


Dançar sem a saia não deve ter graça nenhuma.
Temos dançado - trabalhado insistentemente na produção de um CD, todo de autoria do Grupo Cupuaçu. Como a Pati está hospedada lá em casa, acompanho o passo-a-passo das gravações - liiiiindas.
Não vejo a hora de ver o produto final. Minha modesta contribuição será em texto (obviamente), também com pitacos na faixa interativa final. Leandro desenha, Morena dança, Pati grava, grava, grava e eu batucando no teclado do computador esta paixão eterna. O vento da saia e o perfume lançado no ar. No meu mundo melhor todos dançam e cantam.

4 de abril de 2008






Fantástica Fantástica Fantástica
Fábrica de Chocolate



Bom, viajamos de carro, dormimos em república, curtimos a UNICAMP, a rádio univesitária, o mirante, acarajé com cerveja, sono na mesa, café da manhã na cama. Que bom é viver e ter família linda, unida e cheirosa. Fomos buscar um pedaço de papel que merecia carinho com as mãos. Essa roupa e essa beca, esse momento de finalização, de virar adulto já sendo, uau, uau!